Eu ainda não percebi se as pessoas se envolvem em ONGs já a pensar em usá-las como salto para a política, ou se é depois de lá estarem e começarem a ganhar algum espaço na comunicação social que pensam que o próximo passo é entrar na política.
Seja como for, é má ideia!
O trabalho de uma ONG é a um nível micro, da preocupação com o detalhe, com resolver um problema pessoa a pessoa, enquanto a política é uma actividade a nível macro, onde um problema de uma, dez ou cem pessoas não pode ter impacto nos dez milhões que somos.
Para além disso, quando uma destas figuras made in ONG se põe em bicos dos pés para tentar entrar na política, traz consigo não uma notoriedade pessoal, mas a notoriedade dessa ONG, que dirige ou fundou, mas que na realidade foi construída com o trabalho (muitas vezes voluntário) de muitas pessoas. Pessoas essas que podem não partilhar as suas ideias políticas, e que obviamente se sentirão traídas ao ver o fruto do seu trabalho voluntário usado para um fim diferente daquele no qual se empenharam.
Eu achava o Dr. Fernando Nobre mais inteligente do que esta sua candidatura a Belém parece indicar. Assim de repente, não me lembro de nenhum candidato à Presidência da República com um perfil tão desadequado à função. Até Manuel João Vieira estava mais preparado para lidar com os políticos portugueses!
2010-02-19
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment